Exercendo instantes

   -Dê cá a mão, menina! -O quê? -Vem, eu te seguro -Eu não sei... -Anda, vem comigo, não tenhas medo . -Mas pode ser perigoso, não Achas? Carrego algo muito frágil aqui, Tenho medo de quebrar, e os cacos ainda podem me machucar. - Confias em mim menina, Ficaremos bem... - Como tens tanta certeza? -Porque eu sou o amor, menina. Eu posso tudo curar...

Escrevi a vida em harmoniosas letras dedilhadas no som do   violão Repensei cada ponto e vírgula mudando sempre o compasso. Para ter um sentido, precisei me ouvir Então, Senti aos poucos o pulsar nas letras daquele som. A forma ia se criando nas notas da palheta, nas bolhas do dedos, e no cheiro das cordas em minhas mãos. Com o tempo esgotando segui para o palco, entre respiros e pausas, exalei as inconstancias e as causas nobres de toda a existência Sussurrei, gritei,  envaideci a ideia da vida Então, me contentei com o que vi e ouvi Era o gargalhar de uma inocente criança Que gentilmente saia de mim e acenava para a multidão.

Me olho por fora Me sentindo por dentro.  Me espelho no espelho,  E Pergunto,  O que não alcancei com o olhar.  Ser espelho deve ser complicado,  Pois ele nunca sabe o que quero ouvir .